O Jiu-Jitsu é conhecido como "arte suave" e as pessoas que o praticam são conhecidas por terem um controle emocional muito bom e por não se envolverem em brigas de rua, apenas se entrando se for para resolver o conflito sem machucar ninguém.
Mas nem sempre foi assim, nos primórdios do BJJ, quando ninguém conhecia essa arte, haviam muitas brigas para provar a superioridade dela em relação às outras.
Neste artigo, iremos saber uma dessas histórias com o Grande Mestre Flávio Behring:
A primeira geração foram o Carlos e o Hélio, a segunda geração foram o João Alberto, o Carlson Gracie, o Hélio Vigio e o Robson Gracie estava ali no meio termo.
Terceira geração era eu e uns dois outros caras, um deles saiu e o outro faleceu, que era fortíssimo, muito bom de luta, se chamava Otavio Carvalho. A primeira tropa de elite, que era a tropa do Hélio, topava qualquer coisa a qualquer hora, qualquer coisa.
O Grande Mestre Flávio Behring relembra uma história inacreditável de uma briga de bar, na qual João Alberto Barreto se envolveu e levou um tiro.
Uma vez o irmão do João Alberto Barreto (Álvaro Barreto) estava num bar, num lugar que não existe mais, era uma boate chamada Vogue, naquela época e tal.
Daí tinha um camarada lá fortão se gabando, o irmão do João Alberto já tinha tomado umas aí disse “meu irmão bate em você”, aí já era de madrugada e ligaram para a academia. “João Alberto, vem aqui dar uma porrada no cara”, aí o João Alberto foi, saiu da academia de madrugada e foi lá.
Aí chamou o Hélio e foi todo mundo pra a frente do bar, o cara era chamado Mesnick, pode procurar aí a matéria que tem. E o camarada era um lutador de luta livre e tal, cara forte e grande. O João Alberto deu uma surra nele e tomou um tiro na panturrilha.
Ninguém sabe até hoje quem foi mas deram um tiro nele.
"As coisas eram assim, a tropa de elite do Hélio era assim, ao mesmo tempo ele também segurava um pouco."
Tanto que houve um episódio meu com esse rapaz, quando houve isso, o pai dele ligou pra o Hélio e perguntou “Poxa, por que bateram no meu filho?” O cara era bem mais velho que eu, mas enfim. E não bateram, ele que procurou né. Aí o Hélio me chamou e me deu uma bronca “professor de academia fazendo uma coisa dessas?”
Eu fiquei “po Hélio, é serio?”
"- Você sabe a história desde o início, o cara me desafiou".
"- mas você tinha que brigar?”
Eu dizia: "- Hélio pelo amor de deus, você não iria fazer o mesmo?"
Enfim, daí o pai desse aluno entrou com um processo e eu tive que deixar a academia por causa da justiça, aí foi outra história.
Mas tive muitos episódios, muita coisa, até o momento que pra mim foi o pingo d'água dentro da minha história de encrenca de rua. Tô em SP dirigindo, aí um cara me fecha. Aí eu parei ali o carro, "pô cara" aí ele “oh velha, vai pra casa fazer crochê!", e aí eu fui!